domingo, 17 de maio de 2015

APRESENTAÇÃO DO LIVRO DE SANTANA-MAIA

Como referido em publicação anterior, no passado dia 14 de Maio Santana-Maia apresentou à comunidade abrantina o seu mais recente livro: "A TERRA DE NINGUÉM". é um livro no qual estão compiladas as suas crónicas de uma década.
A apresentação teve início por volta das 21h30 na sala polivalente da Biblioteca António Botto, em Abrantes.
Dos convidados a orar faltou, por motivos de saúde Margarida Trincão, directora do Jornal A Barca.
Como dito atrás as hostilidades iniciaram-se por volta das 21h30 por meio do Dr Eurico Consciência, o qual deambulou ao longo do livro destacando algumas das crónicas usando da boa disposição que lhe é conhecida.
De seguida usou da palavra o Dr. Francisco Lopes, que fez questão que se encontrava ali em não mais nenhuma categoria que não fosse a de amigo de Santana-Maia. O Dr. Francisco por sua vez fez questão de realçar os pontos que o une a Santana-Maia ao invés das diferenças de opinião, para isso usou também das várias figuras e crónicas constantes do livro.
Seguiu-se então o Dr. Rolando Silva a conduzir e a provocar alguma reflexão usando também as cronicas do livro dando algum destaque para a do Alentejano.
A terminar o leque de convidados foi a vez da Drª Ana Soares Mendes, que fez questão de realçar a sua não concordância com a afirmação de Santana-Maia quando se afirma como não crente. A mesma destacou vários e várias situações em que se verifica exactamente o contrário.
Por fim Santana-Maia usou da palavra lendo um belo discurso no qual entre outros pontos ele refere porque é que escolheu ser alentejano, apesar de ter nascido em Setúbal. A razão é que ele considera o povo alentejano como o mais fraco e humilde, se fosse outra região então ele teria eleito essa outra região como sua.
De destacar as seguintes palavras da contra-capa do livro:
"Aos 16 anos, era convictamente revolucionário. Todos os dias eram dias de sol. E eu sonhava e acreditava nesse prometido mundo novo onde todos os homens viviam como irmãos e queria lá chegar depressa.
Aos 56 anos, sou conservador. Vivo no meio da tormenta. Descrente dos homens e do mundo, procuro, a todo o custo e com pouca esperança, salvar da enxurrada o melhor da nossa herança comum.
Sinto-me, literalmente, o Romeiro de Frei Luís de Sousa que, no final da sua longa caminhada, constata que afinal o seu mundo já não exista.
...
E o Alentejo, rústico, agreste, desértico, surge naturalmente como o meu refugio natural do Romeiro. 
...
O Alentejo fica, assim, no outro mundo ,.. a que o poder de Lisboa não reconhece ... a sua existência e que hoje se estende ... do Algarve a Trás-Os-Montes. ... Um mundo que provavelmente não tem nada a ver com o vosso."

A seguir ficam as fotos da noite.